Depois de muito divagar, após anos e anos, passos e passos dados sem pensar, eis que me decido e rabisco o caderno que até hoje me foi inútil mas prático.
Começaria por descrever o que me rodeia, mas isso foi construído por mim própria ao longa de toda a minha vida o que torna difícil e por vezes, muitas, incoerente e imprecisa. Uma descrição incoerente e imprecisa tem tanto de abstracto como maçudo, para os outros e para mim que chego a duvidar do caminho que percorri, das escolhas que tomei, das decisões que se apoderaram de mim e da pessoa que me tornei.
Serei o caminho que limpei ou moldei-me aos caminhos que me foram impostos?
Sou ou limito-me a imaginar os movimentos que fluem do meu corpo? Tanto quanto sei poderei estar fechada num quarto onde as paredes estão preenchidas de verde, árvores, sorrisos e cores, o tecto coberto de um azul perfeito iluminado por uma lâmpada a que apelidei de Sol. O chão, esse, é confortável como um colchão.
Estarei louca. Estou louca.
E daí talvez não. Apenas perdida, mas com vontade de apreciar o incerto.
A dúvida.
O prazer da dúvida.
Não tenho nenhum caminho a percorrer, estou perdida e tudo o que vejo é esta neblina que me impossibilita de imaginar o minuto seguinte. Mas é esta neblina, é esta incerteza que me está a fazer sentir viva. A dor...
Dor? O medo, sim, o medo do que vou encontrar no fundo desta colina verde.
Terá influência a forma como a vou descer? Deveria subir? A vontade é de ficar, nem subir, nem descer, mas dizem-me que não posso.
E mais uma vez... Dizem-me.
E elas teimam em caminhar. Para quê? Para onde, se o destino é o mesmo para todos?
Pois. O percurso é o que importa. Será assim tão importante saber para onde se vai? Ou simplesmente caminhar e deixarmo-nos surpreender com o final?
Estamos num beco sem saída e o final, se não tomarmos as decisões certas, pode não nos agradar. Mas se usufruirmos do percurso valerá a pena. Ou não?
As decisões certas...
Existem decisões erradas?
E se não tomássemos decisões?
Se quero descer, desço. Se quero subir, subo. Se quero ficar... fico?
Vou mas é pintar. Mas falta-me o chapéu.
Começaria por descrever o que me rodeia, mas isso foi construído por mim própria ao longa de toda a minha vida o que torna difícil e por vezes, muitas, incoerente e imprecisa. Uma descrição incoerente e imprecisa tem tanto de abstracto como maçudo, para os outros e para mim que chego a duvidar do caminho que percorri, das escolhas que tomei, das decisões que se apoderaram de mim e da pessoa que me tornei.
Serei o caminho que limpei ou moldei-me aos caminhos que me foram impostos?
Sou ou limito-me a imaginar os movimentos que fluem do meu corpo? Tanto quanto sei poderei estar fechada num quarto onde as paredes estão preenchidas de verde, árvores, sorrisos e cores, o tecto coberto de um azul perfeito iluminado por uma lâmpada a que apelidei de Sol. O chão, esse, é confortável como um colchão.
Estarei louca. Estou louca.
E daí talvez não. Apenas perdida, mas com vontade de apreciar o incerto.
A dúvida.
O prazer da dúvida.
Não tenho nenhum caminho a percorrer, estou perdida e tudo o que vejo é esta neblina que me impossibilita de imaginar o minuto seguinte. Mas é esta neblina, é esta incerteza que me está a fazer sentir viva. A dor...
Dor? O medo, sim, o medo do que vou encontrar no fundo desta colina verde.
Terá influência a forma como a vou descer? Deveria subir? A vontade é de ficar, nem subir, nem descer, mas dizem-me que não posso.
E mais uma vez... Dizem-me.
E elas teimam em caminhar. Para quê? Para onde, se o destino é o mesmo para todos?
Pois. O percurso é o que importa. Será assim tão importante saber para onde se vai? Ou simplesmente caminhar e deixarmo-nos surpreender com o final?
Estamos num beco sem saída e o final, se não tomarmos as decisões certas, pode não nos agradar. Mas se usufruirmos do percurso valerá a pena. Ou não?
As decisões certas...
Existem decisões erradas?
E se não tomássemos decisões?
Se quero descer, desço. Se quero subir, subo. Se quero ficar... fico?
Vou mas é pintar. Mas falta-me o chapéu.