Dobrar - Pôr dobrado. Fazer curvar, vergar ou torcer. Voltar. Passar além de. Passar por (para tomar outra direcção). Duplicar. Tornar mais forte, mais intenso, mais activo. Demover, modificar. Induzir. Fazer ceder, obrigar, coagir. Gorjear, cantar. Executar uma dobragem. Conseguir uma volta de avanço sobre alguém. Substituir um actor. Tocar (o sino) a finados. Duplicar-se;Ceder. Dar a volta. Multiplicar-se.

sexta-feira, 23 de agosto de 2013

E é isto que vale a pena, estas gargalhadas, estes pensamentos sem nexo que fazem todo o sentido.

Depois de muito divagar, após anos e anos, passos e passos dados sem pensar, eis que me decido e rabisco o caderno que até hoje me foi inútil mas prático.
Começaria por descrever o que me rodeia, mas isso foi construído por mim própria ao longa de toda a minha vida o que torna difícil e por vezes, muitas, incoerente e imprecisa. Uma descrição incoerente e imprecisa tem tanto de abstracto como maçudo, para os outros e para mim que chego a duvidar do caminho que percorri, das escolhas que tomei, das decisões que se apoderaram de mim e da pessoa que me tornei.
Serei o caminho que limpei ou moldei-me aos caminhos que me foram impostos?
Sou ou limito-me a imaginar os movimentos que fluem do meu corpo? Tanto quanto sei poderei estar fechada num quarto onde as paredes estão preenchidas de verde, árvores, sorrisos e cores, o tecto coberto de um azul perfeito iluminado por uma lâmpada a que apelidei de Sol. O chão, esse, é confortável como um colchão.
Estarei louca. Estou louca.
E daí talvez não. Apenas perdida, mas com vontade de apreciar o incerto.
A dúvida.
O prazer da dúvida.
Não tenho nenhum caminho a percorrer, estou perdida e tudo o que vejo é esta neblina que me impossibilita de imaginar o minuto seguinte. Mas é esta neblina, é esta incerteza que me está a fazer sentir viva. A dor...
Dor? O medo, sim, o medo do que vou encontrar no fundo desta colina verde.
Terá influência a forma como a vou descer? Deveria subir? A vontade é de ficar, nem subir, nem descer, mas dizem-me que não posso.
E mais uma vez... Dizem-me.
E elas teimam em caminhar. Para quê? Para onde, se o destino é o mesmo para todos?
Pois. O percurso é o que importa. Será assim tão importante saber para onde se vai? Ou simplesmente caminhar e deixarmo-nos surpreender com o final?
Estamos num beco sem saída e o final, se não tomarmos as decisões certas, pode não nos agradar. Mas se usufruirmos do percurso valerá a pena. Ou não?
As decisões certas...
Existem decisões erradas?
E se não tomássemos decisões?
Se quero descer, desço. Se quero subir, subo. Se quero ficar... fico?
Vou mas é pintar. Mas falta-me o chapéu.

2 comentários:

João disse...

A escrita é escorreita e ouvi a vozinha da olga como se estivesses aqui ao lado...foi como naqueles filmes em que uma personagem lê uma carta que alguém lhe escreveu e a voz off surge...e até apareceram as interjeições seguidas de risadas (Estarei louca. estou louca ahah)

Acho que pouca gente terá resposta convincente para muitas das tuas questões. Para mim o que faz sentido é que cada um encontre o seu sentido...

Vai lá pintar
Bjs

João disse...

(escorreita é lixado, pois lembra esporra e meita)

... acho que alguém que um dia leia este comentário vai entende-lo mal, porque este comentário é para ser lido à luz do próprio tempo, e com as condicionantes sabidas (provavelmente por mim, pela olga e pelos nossos mais próximos)